quinta-feira, 21 de julho de 2011

  

Deixa-me, fonte, dizia,

A flor, tonta de terror,

E a fonte, rápida e fria,

Cantava, levando a flor.


Deixa-me, deixa-me, fonte,

Dizia a flor, a chorar.

Eu fui nascida no monte,

Não me leves para o mar!


E a fonte, rápida e fria,

Com um sussurro zombador,

por sobre a areia corria,

Corria, levando a flor.


"Ai, balanços do meu galho,

Balanços do berço meu,

Ai, claras gotas de orvalho,

Caídas do azul do céu!"


"Carícias das brisas leves

Que abrem rasgões de luar,

Fonte, fonte, não me leves,

Não me leves para o mar!"


.........


As correntezas da vida

E os restos do meu amor

Resvalam numa descida

Como a da fonte e da flor...


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