sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Meu inesquecível Amor!
O homem solitário, triste,abatido, saiu à
rua nas véspera de Natal...Saiu para es-
quecer aquele quarto vazio, sem vida...de
paredes marcadas por pregos, com molduras
antigas mostrando velhas paisagens,cansa-
das de sol, amarelecidas pelo tempo. Saiu pa-
ra não ver mais o mesmo retângulo de jane-
la ... para não sentir mais a mesma angus-
tiosa vontade de acabar de vez com a própia
existência...
Em meio à multidão, ele sentia-se como
gota perdida num oceano... sem conseguir
misturar-se completamente ao oceano de vi-
das humanas... Olhava todas as vitrinas,pa-
ra num reflexo qualquer, ver seu próprio ros-
to... sua própria figura... simbolizando al-
guém conhecido... Ouviu um sino... Pa-
rou... Pensou na infância talvez... Teve um
momento de tristeza... Um pouco de angús-
tia... E sentiu um calor estranho nos olhos.
Era uma lágrima quente rolando pela sua fa-
ce...
E então... então recordou a última vez
que tinha chorado, desde então... Foi quan-
do despediu-se de um amor... e também era
véspera de Natal... Com uma prece muda nos
lábios, sufocando um soluço,ele voltou. Vol-
tou para o seu silêncio, para sua solidão...
para sua tristeza... E tomando um retrato
velho, cobriu-o de beijos, de longos beijos de
amor...
Foi por isso... que ao amanhecer o dia
de Natal... seu retrato em minha gaveta
amanheceu mais desbotado, querida... Mi-
nhas lágrimas roubaram o resto do colorido
que ele encerrava... Meu Amor...

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